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1º de dezembro: Disponivel.com reverte assinaturas para a Casa de Apoio Brenda Lee


Na foto, a diretora da Casa Brenda Lee, Maria Luiza, ao lado do retrato de sua fundadora

O Disponivel.com reverterá, pelo terceiro ano consecutivo, as vendas de assinaturas do site efetuadas entre à 0h do dia 1º/12 e à 0h do dia 2, para auxiliar a Casa de Apoio Brenda Lee, que assiste travestis e gays portadores do vírus HIV. Será revertida toda a venda com cartão de crédito, cartão de débito e boletos bancários – gerados e pagos na data -, descontados os impostos e taxas bancárias, em alimentos e outros materiais de necessidade da instituição.

No ano passado, o total arrecadado com a venda das assinaturas foi revertido para a compra de piso, rejunte e argamassa, além de materiais de higiene e limpeza. Com a ajuda da comunidade, foi contratada mão-de-obra para instalação do piso em todos os espaços da casa, localizada à rua Major Diogo, no coração do bairro do Bixiga.

Para Sergio Di Pietro, diretor executivo da Infonet Business, a ação vem mais uma vez confirmar a missão de responsabilidade social da empresa. "Mais uma vez, é um orgulho poder ajudar quem precisa, principalmente travestis, que são rejeitadas diariamente pela sociedade. Como uma empresa que emprega gays e tem produtos para esse público, é nosso dever contribuir para a causa, e fazemos isso com muito prazer", diz.

Socorro
Fundada oficialmente em 1992, a Casa de Apoio Brenda Lee auxilia atualmente 12 pessoas, todas portadoras do vírus HIV. Dez voluntários, entre cozinheiras, assistentes sociais e enfermeiras, revezam-se dia e noite e finais de semana para cuidar dos moradores.

De acordo com a diretora da instituição, Maria Luiza Martins, o objetivo da casa é reinserir socialmente seus moradores, incentivando-os a procurar emprego ou voltar para o convívio de suas famílias. Muitos daqueles que hoje recebem ajuda já foram moradores de rua e tiveram sua saúde comprometida devido ao envolvimento com drogas e álcool.

Mas uma das grandes missões da Brenda Lee é combater o estigma e o preconceito contra os soropositivos. "Quando ainda era viva, Brenda Lee enfrentou muito preconceito. Era o início da epidemia de Aids, que ainda assustava porque havia pouca informação sobre ela. Mas, aos poucos, com o seu trabalho, Brenda foi desmistificando a doença e conquistando o apoio da comunidade", conta Maria Luiza, para quem a travesti foi uma "guerreira".

Ainda hoje, Maria Luiza se emociona ao falar da amiga, assassinada brutalmente em 1996. De espírito empreendedor, Maria Luiza diz ter orgulho de continuar o trabalho pioneiro de Brenda Lee, que, apesar das inúmeras doações e do apoio da comunidade vizinha, ainda enfrenta muitas barreiras.

Atualmente, a casa tem parceria com o Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, que repassa R$ 200 por leito – são 23 no total – para a instituição. Mas a verba não é suficiente para manter a casa funcionando.

Para se ter uma ideia, o estoque de alimentos e materiais de limpeza tem previsão para durar por apenas mais 3 meses. Faltam itens básicos, como café, copo descartável, óleo, sabão em pó e margarina. A situação só não é pior porque alguns moradores são beneficiados pela Loas (Lei Orgânica de Assistência Social), que garante um salário mínimo mensal (R$ 510).

"Apesar das dificuldades, seguimos lutando firmes e fortes. Tudo vale a pena, porque amamos a causa", diz Maria Luiza.

DasBrenda
Para ajudar no orçamento, a Casa Brenda Lee dispõe de um brechó, cujos produtos são provenientes de doações. O espaço improvisado, localizado na garagem em frente à sede, é administrado pela simpática cearense Gabriela (foto ao lado), de 29 anos.

Além de vendedora, Gabriela é uma espécie de personal stylist de seus clientes. "Foi a coisa mais gratificante que encontrei na minha vida", diz a travesti, que cuida da loja das 8h às 16h, de segunda a sexta-feira.

Vivendo há 6 anos em São Paulo, Gabriela já foi miss em sua terra natal e hoje admite estar feliz de receber apoio na Casa Brenda Lee. "Eu não dava valor para a minha vida. Tive que superar todas as dificuldades e, hoje, tenho orgulho de poder ajudar outras travestis", confessa.

Entre os produtos encontrados no brechó, apelidado carinhosamente de "DasBrenda", em referência à grife carioca Daspu, estão roupas, sapatos e acessórios, com preços a partir de R$ 1.

Projetos para 2011
Uma das propostas de Maria Luiza para o ano que vem é oferecer aos moradores da casa cursos e oficinas profissionalizantes. Também é vontade da diretora continuar com o projeto da nova sede, parado desde 2005 por falta de verba.

De acordo com a diretora, 50% do projeto já foi aprovado pela Prefeitura. O que falta agora são investidores que se interessem pela ideia. A nova sede, que será construída do outro lado da rua, no local onde hoje serve de estacionamento para a ambulância da instituição, poderá oferecer ainda mais dignidade para travestis que sofrem diariamente com o preconceito.

Como ajudar
A Casa de Apoio Brenda Lee está de portas abertas para quem deseja conhecê-la e queira ajudar com alimentos, materiais de higiene ou limpeza ou ainda dinheiro.

A instituição dispõe de uma conta no banco Santander para doações: agência 0143/Conta corrente 13003310-1 (titular: Paula Souza).

Serviço:
Casa de Apoio Brenda Lee
Rua Major Diogo, 799 – Centro – São Paulo
Tel.: (11) 3112-1384
www.brendalee.org.br

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