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50 anos depois, o que Mafalda falaria sobre a homotransfobia no Brasil?

A personagem Mafalda – a menina argentina desenhada pelo cartunista Quino- completa 50 anos em 2014. E, além de ser conhecida como uma figura da cultura pop mundial, ela é a voz da consciência da sociedade que luta contra o conservadorismo e o preconceito.

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Mafalda já brigou e evidenciou, entre muitos temas, o racismo (muitas vezes velado), o papel da mulher (que ainda hoje é colocada hierarquicamente inferior ao homem) e a vida despolitizada da população.

Mas tamanho sucesso ainda hoje mostra que o mundo não evoluiu tanto. Pelo menos é o que diz o próprio criador Joaquín Salvador Lavano, o Quino. "Me surpreende que esteja atual. Me surpreende e me deprime também porque quer dizer que não mudou grande coisa".

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De certo, Mafalda seria contra a homolesbotransfobia, mas o que ela falaria sobre a problemática do preconceito que afeta a comunidade LGBT? O A CAPA dá algumas sugestões: 

Sobre a negação da candidata à Presidência do Brasil Marina Silva em usar a palavra "casamento gay" por uma convicção religiosa (ela prefere o termo união civil), Mafalda poderia questionar a promessa da candidata em respeitar o Estado laico, deixando decisões para o país livres "justamente" de influências religiosas.

Sobre o novo compromisso de Dilma Rousseff, que afirma querer combater a homotransfobia no país, a garotinha poderia aparecer lendo o antigo "kit-gay". Ela só não entendeu porque o livrinho estava amassado, jogado no lixo e longe dos demais alunos (o material do Escola Sem Homofobia foi vetado durante o governo da candidata, que alegou não querer fazer propaganda de opção (sic) sexual).

Sobre os discursos contra homossexuais e pessoas trans dos pastores Silas Malafaia, Marco Feliciano, ela engataria mais uma fala sobre a programação absurda da TV e diria aos pais que filmes de terror estão com um péssimo roteiro e muita gritaria desnecessária ultimamente. 

O site UOL também opinou, salientando que Mafalda discordaria do candidato à presidência Levy Fidelix, que pediu que seus eleitores reprimissem a "minoria LGBT". Ela estaria estudando ciências no capítulo aparelho excretor, assunto que Fidelix absolutamente não domina.

Veja algumas tirinhas: 

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