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“A lei contra a homofobia dificilmente será aprovada”, diz deputada Cida Diogo

A deputada federal Cida Diogo (PT-RJ) esteve presente na última Parada Gay do Rio de Janeiro, realizada no dia 14/11, e na ocasião ela conversou rapidamente com a reportagem de A Capa.

Na entrevista que você confere a seguir, a parlamentar comenta a respeito da aprovação do PLC 122/2006, que, em sua opinião, "dificilmente será aprovado". Cida fala também a respeito do assassinato de Alexandre Ivo, 14. "O assassinato do Ale representa o limite da homofobia", protesta a deputada.

O espaço concedido às pautas LGBT na imprensa também foi assunto na entrevista. Cida Diogo acredita que a mídia trata de forma "comercial" os assuntos da comunidade gay e que a imprensa ainda não sabe lidar com a questão dos direitos LGBT.

Por que os candidatos que apoiam a questão gay não se elegem?
Os fundamentalistas conseguiram criar uma campanha de opinião pública contra as candidaturas simpatizantes e com aquelas da comunidade mesmo. E é isso que o movimento gay precisa fazer: criar uma opinião pública favorável às suas demandas.

Apoiar a causa gay tira voto?
Tira voto, mas por que tira voto? Esse ano especificamente, os religiosos fizeram uma campanha pesadíssima contra as candidaturas ligadas ao tema LGBT. Nunca em uma eleição a religião havia sido tão instrumentalizada.

Em junho desse ano tivemos o crime bárbaro contra o jovem Alexandre Ivo, de 14 anos. Qual a sua opinião sobre a cobertura da mídia sobre esse caso?
A mídia optou por dar espaço ao caso do goleiro Bruno, pois era uma história pronta: mulher traída, amante, goleiro de um dos maiores times do Brasil e assassinato. Dá mais ibope, infelizmente, as pessoas que comandam a televisão pensam assim. No caso do Ale (Alexandre Ivo) os próprios profissionais da TV não estão preparados para lidar com esse tipo de caso e eles têm um certo receio de como o telespectador vai lidar com o assunto. É tudo meramente comercial.

E como você recebeu a notícia do assassinato de Alexandre?
O assassinato do Ale representa o limite da onde a homofobia pode chegar. Nós não podemos aceitar esse tipo de barbárie. É preciso mostrar aos parlamentares que atuam contra o PLC 122 o que acontece no Brasil, esse tipo de barbaridade como fizeram com o Ale e tentar sensibilizá-los.

Acredita que o PLC 122/ 2006, que criminaliza a homofobia, será aprovado na próxima legislatura?
Dificilmente será aprovado. Será preciso que o movimento LGBT, junto da bancada pela diversidade, faça um trabalho mais forte e como eu disse anteriormente, ganhar o apoio da sociedade, caso contrário, ele não será aprovado.

Você não se reelegeu, né?
Não, mas a luta não para. Isso não me desanima. Mas agora eu estou do outro lado (sociedade civil). A gente não pode abaixar a cabeça.

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