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Anonymous ataca site de empresa machista

Vira e mexe a célula brasileira do grupo internacional de hackerativismo, Anonymous, dá às caras por aqui atacando empresas e sites que empoderam o status quo. Nesta segunda-feira, 13, o grupo hackeou o site da Alezzia, famosa loja de móveis que vem sendo alvo de polêmicas após a declaração de seu dono, no ano passado, onde afirma que os homens são “superiores” às mulheres; além do fato de terem contratado um estagiário que havia sido demitido de outra empresa por causa de uma postagem machista.
 
“A Alezzia e seu dono, Alexandre do Nascimento, já foram notícia no final do ano passado. Após declarar publicamente que o sexo masculino é superior ao feminino, projetou seus 15 minutos de fama para fazer propaganda de sua empresa, sendo ela já, por si só, um espelho da personalidade machista de seu dono. Recentemente contratou um estagiário demitido por justa causa pela Cantareira Construtora, pois este estava usando suas contas de redes sociais para proclamar palavras de ódio contra as mulheres utilizando como contexto os canteiros das obras onde estagiava”, escreveu o grupo na postagem em que anunciou o hack.
O Anonymous afirma que o site da loja foi “integralmente hackeado” e orientou os clientes a processarem a empresa pela falha na segurança. Segundo informaram, dados pessoais como backups, senhas e e-mails dos mais de 10 mil clientes estão sob posse do grupo.
Para revidar o machismo do proprietário da marca, foram inseridos no site da empresa citações feministas e produtos da filósofa Simone de Beavouir. No comunicado emitido, eles criticam a capitalização do machismo e advertem para o fato de que as mulheres sempre foram protagonistas na tecnologia, sendo Ada Lovelace a pioneira, quando, há 200 anos, escreveu o primeiro programa de computador do mundo.
Confira a íntegra do comunicado.

Deve ser bem incômodo ser um homem vivendo em um mundo em que as mulheres finalmente começaram a responder. Ou viver em um mundo em que existe uma invenção chamada “carrinho de mão” que possibilita que qualquer pessoa carregue a mesma quantidade de peso (sabemos, muito louco!). Em um mundo em que existem mulheres engenheiras pra competir com os machões por vagas. Gritam “liberdade de expressão” pra repetir as mesmas falas machistas que nossos avôs já diziam no século passado como se fosse uma grande novidade confrontadora do “politicamente correto”. Não existe politicamente correto – existem muitas mulheres que já estão de saco cheio dessa merda e vão responder. Graças às deusas que existe a liberdade de expressão, senão isso não seria possível, como não foi por muito tempo.
 
Em toda a história da Anonymous, fortes personalidades femininas foram motor de nossas ações, nos ajudando a ser viscerais quando era preciso e nosso “lado homem” tentava racionalizar e domar. Que pena que existam homens que se sentem tão inseguros com suas próprias masculinidades, tão incomodados com a existência de mulheres nos mesmos espaços que eles, que dedicam tempo precioso da própria vida pra tentar diminuí-las constantemente em vez de, por exemplo, trabalhar corretamente. E depois ainda dizem “mulher” é o sexo frágil. Ah, tá.
Pensem, hoje e sempre, em todos os(as) “anônimos(as)” que a história engoliu. E isso vai ajudar a entender mais profundamente o que é a Ideia,que vai muito além da brincadeira do super-herói. Há 200 anos, Ada Lovelace escreveu o primeiro programa de computador do mundo. Ela criou um algoritmo que poderia fazer com que a Analytical Machine computasse uma série de números complexos, conhecidos como princípio de Bernoulli. Ada nunca foi “bela, recatada, do lar” – e esteve sempre a frente do seu tempo. Infelizmente só foi reconhecida como pioneira em programação um século após sua morte. Pensemos no quanto Ada contribuiu para a computação. Além disso, quantas “Adas” foram silenciadas por uma história masculina e patriarcal? Sempre repetimos: Anonymous é tratado com neutralidade de gênero porque a verdade destruiria o mito midiático de que somos um coletivo disperso de homens hackers brancos.
A Alezzia não é a primeira e nem vai ser a última marca a capitalizar em cima de machismo descarado. Esperamos que um dia a qualidade de seus baste pra que a
marca venda sem precisar apelar pra essa estratégia de marketing patética. Enquanto isso, esperem respostas.
Nós somos Anonymous.
Somos uma legião.
Nós não esquecemos.
Nós não perdoamos.
Esperem por nós.

 

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