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“As forças militares ainda não entendem de direitos básicos da democracia”, diz Marta Suplicy

Na manhã de ontem, segunda-feira (28), a senadora Marta Suplicy (PT-SP) esteve presente ao ato contra a homofobia realizado na Universidade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). Convidada pelo Centro Acadêmico XI de Agosto para a abrir o evento, a senadora conversou rapidamente com a reportagem de A Capa.

Na entrevista exclusiva que você confere a seguir, Marta Suplicy, atualmente relatora do PLC 122 – projeto para criminalizar a homofobia no Brasil -, comenta o fato de uma universidade do porte da USP realizar um evento contra a homofobia. A parlamentar classificou como "importantíssimo" o fato da USP abrir suas portas parar debater a questão dos direitos LGBT.

A senadora também deu sua opinião a respeito do caso de Guilherme Rodrigues, 23, vítima de agressão homofóbica na semana passada na região da avenida Paulista. Para Suplicy, o caso revela a importância de se criminalizar a homofobia e de como as forças militares do Brasil ainda não sabem lidar com "direitos básicos da democracia".

O que você acha da faculdade de direito da USP receber um ato como esse?
É um progresso. Um evento importante. A USP sempre teve como característica acolher diferentes movimentos, para o PLC 122 esse apoio da USP é muito importante. E ver esse espaço todo enfeitado, com balões da cor do arco-íris é um gesto simbólico importantíssimo.

Qual a sua opinião sobre o Ministério Público de Brasília ter aberto um processo contra o pastor Silas Malafaia por homofobia? 
O pedido que os parlamentares conservadores fizeram (para a denúncia do MP não prosseguir) não foi aceito. Isso mostra que caminhamos bem. Temos os destinos de uns e o senso de outros.

Semana passada um jovem foi agredido e ao chegar na delegacia se negaram a registrar o Boletim de Ocorrência como delito homofóbico. Com você analisa isso?
Isso é muito sério. Esse caso mostrou que as forças ditas civis e militares ainda não entendem sobre os direitos básicos de democracia, e o preconceito ficou evidente. Ao mesmo tempo, é interessante, porque mostra como nós devemos ser a favor do PLC 122. Se a homofobia já estivesse criminalizada, isso não aconteceria. Ela [a escrivã] não teria falado o que falou [no episódio, a escrivã disse ao jovem agredido que a homofobia não existe]. Mas gostei muito da postura do delegado que não acatou o testemunho dela, pois não correspondia ao pessoal que estava no posto de gasolina e presenciou a agressão.

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