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Até a página dois

Quantas vezes na vida a gente sente que tornou-se uma página virada na vida de alguém? E quantas vezes viramos a página para alguém?

Por vezes virar a página é necessário e faz parte de um processo evolutivo, mas outras, não gostaríamos de ser passado. Lá no fundo dá uma dor no coração (quase uma cutucada no ego) de saber que não somos mais a parte principal da história. Que foi tudo incrível, mas só até a página dois. De repente viramos a introdução, uma epígrafe, os agradecimentos, sei lá, um parágrafo ou pior, uma notinha de rodapé.

É. A vida é mesmo um livro. Tem início meio e fim, e assim nossos relacionamentos. Vezes voltamos a ser um capítulo, vezes voltamos na história ou somos apenas uma citação e, outras vezes, não existimos mais da vida de alguém, por definitivo. Que chato!

Mas pensar em ser eterno na vida de todos é realmente um pouco de petulância, afinal, quantas vezes, sem olhar para trás, uma pessoa é refilada de nossos relacionamentos? Seja por afinidade, briga, ódio mortal, traição ou simplesmente porque você percebeu que está em outra fase da vida. A gente faz isso com mais frequência do que imagina.

E aí vem a maravilha dos sites de relacionamentos. Você pode manter contato sem estar presente. Acompanha as vitórias e mudanças de seus amigos torcendo que sempre dê certo. Manda um beijinho e um abraço de saudade virtual mas….acaba por aí. Tudo bem, afinal essas tecnologias existem para aproximar. Acho democrático.

Mas o mais impressionante é nossa capacidade de fuçar na vida das “exs”: Se elas estão com uma(s) nova(s) namorada(s) – filhas da putinha -, as viagens com amigos que ela não te apresentou, fotos obscuras que não te dão respostas, ao contrário, só dão minhoca na cabeça. E vai se odiando por dentro sem saber se deveria mesmo virar a página para fulana porque naquele momento o ego vai ficando ferido, magoado, pequenininho….dá até uma falta de ar. E pior, o inverno está chegando e o frio não é justo com os solteiros.

Toda vez que entramos no MSN lá estão às falecidas com status: ausente ou ocupada. Odeio isso porque eu mesma uso desses artifícios para terminar uma conversa. Então vem aquele pensamento certeiro: “Aposto que está falando com outra!”. Não, porque a gente a maior capacidade de imaginar coisas numa fração de segundo do que qualquer gênero existente. Lésbicas são tão melodramáticas que às vezes, bem lá no fundo (mas dura uma fração de milésimos), eu penso que os homens são mais simples. Mas em compensação vem com o pinto obrigatório, e eu gosto de escolher quando pinto entra na relação. Aí eu desisto.

E o contrário: Será que aquela página que viramos não está fazendo o mesmo? Ai que medo!

Enfim, o fato é que nosso livro será maior ou menor, depende do quanto damos importância para os fatos. Será intenso ou calminho, depende de nosso temperamento, será cheio de capítulos curtos ou com poucos capítulos longos. O fato é que nós somos a personagem principal, a autora, a editora e, o mais importante, ele é ÚNICO. Mas algumas pessoas podem ficar pra sempre.

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Intolerância