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Ativistas LGBT pressionam discussão de gênero e orientação sexual no PME

Ativistas LGBT, educadores e feministas vão ocupar a Câmara Municipal de São Paulo na terça-feira (11) e fazer uma vigília desde a noite do dia 10 para reivindicar que o Plano Municipal de Educação contemple a discussão sobre gênero e orientação sexual nos próximos 10 anos no Estado de São Paulo. 

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O grupo questiona a retirada desta discussão, inserida no plano durante a Conferência Municipal de Educação em 2010, durante a tramitação da Comissão de Finanças da Casa em junho.

Os ativistas querem estar presente durante a primeira votação em plenário e pressionar os vereadores a esclarecer para a população a importância de discutir gênero e diversidade no currículo escolar. A principal iniciativa é encontrar ações para minar o preconceito e o machismo, além de educar a população para o respeito à diversidade e à mulher, na sociedade.

A maioria dos LGBT acaba tendo algum caso de preconceito e exclusão que sofreram na escola, tanto de professores quanto de coleguinhas. "Quando era criança eu sofria bullying na escola por conta da orientação sexual. Hoje, eu tenho consciência que é super importante ser discutido na escola", declarou a militante travesti Alcione Carvalho. "Não quero que crianças e jovens que estão surgindo sofram tudo aquilo que eu sofri na minha época. Então é importante essa discussão, sim", diz a cantora Renata Peron, em vídeo da CAIS – Associação Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis e Transexuais.

Para quem não sabe, o plano com a discussão de gênero e orientação sexual é construído há sete anos – com seminários, debates e audiências públicas. O processo culminou na Conferência de Educação da Cidade de São Paulo, em junho de 2010, quando foram definidas e aprovadas as bases para o plano. Porém, durante o processo de votação na Comissão de Finanças, grupos religiosos pressionaram para a exclusão dos termos do plano.

O coordenador da Missão Belém, padre João Pedro Carraro usou a expressão "ideologia de gênero" para combater a discussão. "Essa palavra define uma projeção cultural, na base da qual cada pessoa pode se sentir de uma determinada forma. Que não pode se chamar homem ou mulher, porque para eles esses são termos ultrapassados. Então, às 8h ele pode achar que estar como homem é bom. Às 10h, estar como mulher é bom. Ao meio-dia estar com um animal também é bom", disse o padre.

Marta Domingues, secretária de Políticas para as Mulheres do PT de São Paulo, questionou o discurso do padre. "Educação de gênero é para levar à compreensão de que os homens e as mulheres são formados também pela sociedade. E pela educação. O que vivemos é um processo de formação que ainda termina em homens violentos e mulheres submissas. Homens preparados para a vida pública e mulheres para as tarefas do lar".

Ela defende que o objetivo é "garantir de que todos os alunos, sem exceção, poderão estar na escola e ser respeitados. E também que os professores recebam formação e materiais para orientar essa discussão na sala de aula. Hoje a maior parte dos professores não sabe a diferença entre orientação sexual e identidade de gênero".

De acordo com o grupo, ter pênis ou vagina define apenas o genital de alguém. A identidade de gênero é a maneira como cada um enxerga a si mesmo, independente do genital. E a orientação sexual refere-se ao desejo ou afetividade de alguém por outras pessoas.

Várias pessoas estão enviando vídeos contando relatos de preconceito que sofreram na escola. Jéssica Tauane, do Canal das Bee, convocou: "Quero reforçar para gravarem vídeos de até 1 minuto, falando de uma história envolvendo gênero, sexualidade, e diversidade na escola. E postar o vídeo no seu perfil com a hashtag #VaiTerGeneronoPMESim. Ou então enviar o relato em texto para a página Respeito é na Escola no Facebook. Vamos fazer a forma mais sincera, que é contando o que aconteceu com a gente".

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