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Bren Ryder

Ela mora em Vancouver, no Canadá, e tem 33 anos. Bren Ryder, idealizadora do site GoodDykePorn, já trabalhou como bombeiro, mostrando que tem muita coragem para enfrentar desafios. Mas, há um ano, o maior desafio dessa lésbica assumidíssima foi pensar numa forma de unir o útil ao agradável. Com uma câmera na mão e muitas boas idéias na cabeça, ela resolveu criar um site com vídeos e fotos pornôs, a maioria de mulheres anônimas, para deleite da comunidade dyke mundial.

Em entrevista exclusiva ao Dykerama.com, Bren Ryder conta sobre essa drástica mudança profissional e como seu amor pelo cinema e pela pornografia imprimiram um novo conceito à arte de retratar o sexo nas telinhas. Para divulgar o GoodDykePorn e ampliar o escopo de seu trabalho, a incansável Bren compilou os melhores vídeos que produziu num curta homônimo, que já percorreu diversos festivais de cinema, mostrando que a pornografia lésbica não tem limites. E isso é facilmente comprovado pela originalidade e inteligência que Bren mostra em suas produções: filmes feitos por lésbicas para lésbicas, que respeitam a autenticidade e diversidade desse público. Leia abaixo a entrevista na íntegra.

Pode me falar um pouco sobre você? É casada, solteira?
Sou uma cineasta independente. Cheguei a cursar a faculdade de cinema para seguir minha paixão pela área, mas deixei isso de lado quando comecei a treinar e a conquistar uma carreira “respeitável” como bombeiro. Depois de alcançar esse objetivo, escolhi voltar a filmar e diretamente contribuir para a criação da pornografia lésbica. Com a exceção de alguns excepcionais colaboradores, modelos e equipe, eu toco esse negócio sozinha, aprendendo novas funções todos os dias e fazendo o melhor que posso para representar de forma correta minha comunidade e criar imagens que são tanto atraentes quanto acessíveis à grande maioria das pessoas.

Por que e como você começou a produzir vídeos pornôs lésbicos?
No verão de 2006 eu decidi parar refletir na péssima qualidade da pornografia lésbica e começar a pensar em algo sozinha. Abortei todas as tentativas na minha “respeitável” carreira e comecei a criar imagens de mulheres que não existem atualmente e contradizem todos os padrões da sexualidade feminina. Depois de um ano de trabalho, entramos no ar em agosto de 2007.

Quem é seu público? Quantas pessoas acessam seu site?
O público é feminino, homens e todos aqueles no meio deles. O número de pessoas que acessam o site ainda é pequeno, mas definitivamente está crescendo.

As atrizes que participam de seus filmes são lésbicas?
Algumas se identificam como lésbicas. Assim como o produtor, diretor, ator, proprietário e editor, eu sou lésbica. Outras modelos que aparecem no site se identificam como bissexuais, gays, e transgênero FTM (female to male, de mulher para homem).

Você acredita que seus videos são diferentes de tudo o que existe no mercado. Como você acha que eles se destacam dos restantes?
Obrigado pelo maravilhoso elogio. Na minha opinião, o que faz esses vídeos diferentes são sua autenticidade. As modelos escolhem como a cena deve ser. O que as excita de verdade é o que está no filme que vou produzir. E isso é um diferencial.

Pode me falar um pouco sobre o filme “Good Dyke Porn”? Até onde sei, o site se originou do filme, não?
O filme “Good Dyke Porn” é uma compilação dos vídeos produzidos nos primeiros meses para o site. Ele tem duas cenas do site que foram editadas para mostrar um resumo do nosso início ao criar uma pornografia lésbica de qualidade. O filme foi criado antes, porém, o site foi desenvolvido ao mesmo tempo com a intenção de mostrar uma versão extendida das cenas e muitas outras coisas do site. “Good Dyke Porn” já foi exibido em festivais em Vancouver e Columbia Britânica; Michigan Women”s Music Festival; Lisboa, Portugal; Rochester, Nova York; e ainda deve ser exibido em Berlim, Alemanha; Pittsburgh, Pensilvânia e, espero, em muitos outros festivais.

Qual é o mercado mais competitivo do mundo no que se refere à pornografia?
Não sei. Procuro contribuir com a pornografia “dyke”, que atualmente possui pouca representação. Isso se difere do que atualmente é considerado como pornografia “lésbica”, que pode ser encontrada em milhares de sites. Eu encaro a pornografia “dyke” como não competitiva. Todos que contribuem para criar imagens de mulheres reais e transgêneros fazendo sexo de forma autêntica terão público garantido, porque existem poucas imagens assim. Cada vez mais e mais mulheres precisam pegar uma câmera e criar imagens delas próprias para as compartilharem com o mundo.

O que a comunidade lésbica consome em seu país? Elas são boas consumidoras?
Aparentemente, pornografia masculina é popular entre as lésbicas. Pouquíssimas mulheres assistem à “pornografia lésbica” e procuram imagens sexuais alternativas. Minha esperança é atrair a atenção das consumidoras de pornografia que percebem a pouca qualidade das produções do gênero, assi como as não consumidoras que assumem que toda pornografia é baseada na sua exposição inicial à pornografia.

Você já assistiu a algum filme pornô brasileiro?
Sinto muito, mas nunca assisti a um filme pornô brasileiro.

Quem são suas atrizes pornô preferidas?
Minhas atrizes pornô preferidas são aquelas mulheres anônimas que bravamente exibem sua sexualidade para seu próprio prazer e para o impacto positivo que isso terá na própria pornografia.

::O site de Bren é www.gooddykeporn.com.

Claudia Wonder

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