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“Carecas e tatuados” ameaçam atacar homossexuais em Florianópolis neste verão

O CRDH (Centro de Referência em Direitos Humanos GLBTTA) do Rio de Janeiro recebeu um e-mail alertando para o ataque à homossexuais neste verão em Florianópolis, atual segunda colocada no país no destino turístico para este público.

O e-mail fala sobre um grupo organizado homofóbico chamado Tatoo Dragons, que vem atuando no país inteiro. O denunciante diz que esse grupo centrará seus ataques em Florianópolis nesse verão. Boates e praias devem ser os locais escolhidos. O coordenador do CRDH, Rodrigo Canuto, encaminhou nesta semana, o caso à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e ao Conselho Nacional de Combate à Discriminação.

O ultimo caso de ataque ocorreu em novembro de 2007 com um rapaz de 21 anos na cidade de Sorocaba, em São Paulo. Ele foi hospitalizado, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Outras vítimas já foram identificadas em várias cidades do país. Criado por lutadores de jiu-jitsu homofóbicos de São Paulo, o grupo iniciou suas atividades em 2006 atacando violentamente diversos gays que se encontravam nas proximidades de boates GLS.

Atualmente, aproximadamente 200 pessoas fazem parte desse grupo. Segundo o e-mail enviado ao CRDH, um grupo de defesa dos direitos GLBTS teve acesso a documentos que revelam que o grupo Tatoo Dragons deve agir violentamente contra gays e lésbicas de Florianópolis no período de verão/2008.

Tais informações dão conta de que o grupo agirá em boates e bares GLBTS de Florianópolis, motivo pelo qual o CRDH lançou esse alerta. Para Tiago Silva, secretário adjunto de Turismo de Florianópolis e presidente de honra da Associação Empresarial GLBTS de Santa Catarina, é lamentável a atitude deste grupo e a polícia deve agir contra qualquer grupo ou pessoa que pratique a discriminação, pois perante a Constituição todos são iguais.

Tiago entregou a denúncia a Polícia Militar, na tarde de quinta-feira, 17/01, para que a mesma garanta a segurança da população e turistas, seja qual for sua orientação sexual, raça, cor ou religião. Para Tiago, estes grupos quando resolvem atacar, não costumam avisar, mas mesmo assim é melhor prevenir.

Como o grupo age
Eles possuem as seguintes características: geralmente andam sozinhos ou em duplas nas boates, cabeça raspada, corpo atlético, dançam sem camisa e todos possuem uma tatuagem de dragão nas costas, tatuagens estas que iniciam do lado esquerdo e terminam com a cabeça do dragão do lado direito das costas.

Agem da seguinte forma: passam parte da balada do lado de fora das boates, monitorando o movimento de clientes e descobrindo vítimas em potencial. Logo depois abordam essas pessoas no interior das boates, começando com uma conversa. Em determinado momento as convidam para sair dali e aproveitarem melhor em sua casa. Aí começa o desespero: as vítimas, seduzidas pela beleza dos agressores, acabam indo as suas casas. Lá chegando, são surpreendidos por outros integrantes do grupo, sendo amarrados, espancados e submetidos a humilhações sexuais.

Há outros grupos que também costumam atacar os homossexuais, como os Skinheads, ou “carecas”, jovens simpatizantes do nazismo, que se mostram intolerantes com minorias, pregando o combate a negros, judeus, homossexuais e nordestinos.

Apesar das cabeças raspadas, nem todos adotam o mesmo visual: jeans, tatuagens, roupas do exército e muitos rejeitam a classificação "skinhead", por ser uma palavra norte-americana. Recentemente um caso de ataque a gays foi registrado em Florianópolis e atribuído a um grupo de “carecas”, nas proximidades de uma boate.

*Texto publicado sob autorização do autor

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