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Conversamos com Léo Aquilla, candidato a deputado estadual pelo PSC

Site A Capa: Qual a agenda do seu partido com relação às questões envolvendo Gays, lésbicas e Transexuais? Faço parte do PSC – Partido Social Cristão e estou surgindo como o maior expoente de votos. A partir do momento da aceitação da minha filiação, passei a ser uma realidade concreta para eles. Ainda existe muita desinformação quanto aos temas que envolvem a nossa comunidade e a nossa condição. Acho que eles estão aprendendo muito comigo, porque ainda engatinham em muitas discussões. A diretoria do partido me deixou absolutamente livre para apresentar minhas propostas e construir minha plataforma política. Vejo isto como um bom sinal, caso contrário não seria aceito ou teriam engessado minhas ações. Site A Capa: Por que se interessou pela comunidade GLBT? Eu não me interessei pela comunidade GLBT, eu sou uma das bandeiras vivas dos gays. Tenho trabalhado por eles há 14 anos, buscando valorizar nossa arte e nossa cultura. Contribuí para transformar o que era uma simples ferveção em profissão. Meu partido conhece minha história e a respeita. Fico feliz porque eles conseguem enxergar a nossa comunidade através da minha referência. Sempre faço questão de frisar que somos seres maravilhosos, cheios de boa conduta, profissionais talentosos, mas necessitamos de mais “RESPEITO”. Site A Capa: O judiciário brasileiro é bem mais avançado em relação aos temas que envolvem gays, lésbicas e transexuais do que o legislativo. Como essa situação pode ser resolvida?Qual será seu papel nessa questão? Temos os três Poderes instituídos no Brasil: Executivo, Legislativo e Judiciário. E um não faz nada sem o outro. De uns tempos pra cá, historicamente, a Comunicação se firmou como o Quarto Poder e não podemos desprezá-la. A própria história da democracia brasileira teve uma contribuição exemplar, impulsionada pela imprensa. Desta forma, cabe ao Legislativo, ou seja, aos deputados exercerem sua função com mais disciplina e seriedade, buscando transformar projetos em leis, que beneficiem a sociedade como um todo, sem discriminar ninguém. Vocês afirmam que o Judiciário está a largos passos do Legislativo, mas não concordo integralmente com isto. Ainda temos uma Justiça morosa, cheia de falhas. Acho que todos os modelos precisam ser revistos, até mesmo a própria democracia precisa ser revista. Site A Capa: Quais são suas propostas para melhorar a vida de gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais? Acho que nossa emergência é exigir RESPEITO. No mais, temos as mesmas necessidades que qualquer outro indivíduo. No entanto, não dá pra abandonar a história que eu mesmo tive. Venci através da minha arte, me inventei e me fiz respeitado. Isto demonstra que os grupos de menos visibilidade, excluídos do sistema, têm o mesmo direito de alcançar o êxito que alcancei, inserindo-os no modelo tradicional e valorizando-os. A cultura das minorias é extremamente rica e só os guetos conhecem; quero contribuir para mudar essa história. Mas acredito que toda mudança só é possível se mudarmos a base estrutural do nosso país, que está na educação infantil. Pretendo implementar, junto aos órgãos competentes, uma disciplina a mais no ensino fundamental: a Psicologia, onde será tratada a questão da inteligência emocional, ensinando às futuras gerações a convivência pacífica com as diferenças, com a diversidade. Com isto, construiremos uma sociedade mais justa e tolerante, evitando a violência e desarmando o preconceito, que existe por pura desinformação. Site A Capa: Se eleito (a), você acredita que vai conseguir colocar em prática esses projetos, tendo em vista a bancada reacionária e evangélica ser muito mais numerosa e, consequentemente, ter uma mais voz-ativa? Este é o ponto. Os evangélicos estão cada vez mais fortes, são verdadeiramente unidos e têm cada vez mais representantes. Não sei como as pessoas podem ser impassíveis a este fato; isto é uma temeridade! Está aí a Marcha para Jesus que quer criar uma rivalidade com a Parada Gay. Temos sinais de que as manifestações ficarão cada vez mais competitivas e julgadoras e não podemos permitir isto. No entanto, cabe a um bom deputado buscar alianças e apoio que sustentem suas argumentações, suas propostas. Nada é impossível para quem quer arregaçar as mangas e fazer. É o que estou tentando! Site A Capa: Qual o papel do futuro presidente na hora de articular com o congresso para votar as leis que envolvem os GLBTs ? Infelizmente, o Presidente da República só consegue governar através de liminares, o sistema o mantém preso em diversas questões, favorecendo interesses políticos e partidários. O Brasil ainda engatinha na discussão de itens ligados à sexualidade, mas já temos bons exemplos. O próprio Governo Federal tem um bom programa em relação à diversidade. Se observarmos os programas, praticamente todos os candidatos dos cargos principais tiveram que incluir essa questão. Talvez estejam percebendo que somos um grupo eleitor expressivo, interessante para eles. Em contrapartida, se fossemos mais politizados, seríamos indispensáveis. Site A Capa: O Brasil passa por uma crise política que deixou a maioria dos brasileiros sem vontade de exercer sua cidadania e votar. E os GLBTs, em especial, se sentem ainda mais abandonados. O que poderia dizer para eles irem as urnas e votarem em você ou seu partido? O voto ainda é nossa maior arma e a oportunidade de mudarmos alguma coisa está novamente em nossas mãos. Se nos isentarmos, continuaremos sendo expectadores de nossa própria desgraça!

Calendário com o Mês Gay e Lésbico causa irritação em pais de alunos nos EUA

Conversamos com Salete Campari, candidata a deputada estadual (SP) pelo PDT