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Ex-jesuíta gay escreve carta aberta ao papa Francisco e faz apelo: “Salve a minha vocação”

O ex-jesuíta norte-americano Ben Brenkert decidiu quebrar o silêncio e escrever uma carta aberta ao papa Francisco, logo após deixar a Companhia de Jesus, em julho. Após 10 anos, ele afirma que a Igreja ainda carrega forte homofobia e o papa deve intervir com mais rigor.

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"Membros da minha comunidade – lésbicas, gays, bissexuais e trans – ainda permanecem às margens. Muitos gostariam que um cardeal dissesse-lhes que Deus os ama. Outros sabem que Deus os ama, mas a liderança da igreja os tratam como desorientados", explanou.

Ben escreveu que a frase "Quem sou eu para julgar", do Papa, encoraja a todos da igreja a evitar o julgamento contra os LGBT. Mas que ainda assim presenciou tristes casos de homofobia. "Hoje, não posso mais prosseguir como um homem gay em uma igreja onde homens gays e mulheres lésbicas estão sendo demitidos de seus empregos. A gota d'água para mim foi quando uma ministra da justiça foi demitida da paróquia jesuíta de Kansas por ser lésbica".

Ele continua: "Essa marginalização é o contrário do que muitos têm chamado de 'efeito Francisco'. Essas demissões trazem mais pobreza material e física. Além do fato que a injustiça LGBT contradiz o Evangelho".

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Ben diz que Deus o ajudou a se conhecer e pede para que o papa o ajude a manter em sua vocação. "Eu tenho dons para oferecer, pois sou empático, amoroso, orador, articulado (…). Entendo-me como sacerdotal, apesar da minha humanidade frágil. Escrevo para ajudar a salvar a minha vocação, seja ela qual for no futuro".

Antes de finalizar a carta, ele faz o apelo: "Peço que instrua a Conferência dos Estados Unidos dos Bispos Católicos a aceitar os LGBT católicos. Peço para que fale contra as leis que oprimem LGBT. Isso traria verdadeira vida para a sua declaração 'Quem sou eu para julgar?'".

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