in

Garoto de 13 anos mescla sua história com ficção em livro sobre adoção de casal gay; confira

Com dez anos de idade, Alyson Miguel já tinha passado por sete abrigos diferentes, mas ele nunca perdeu as esperanças de ser adotado, mesmo que já tivesse atingido uma idade considerada avançada para adoção.
Foi quando Toni e David entraram na vida do garoto e, embora tenha existido um estranhamento no começo, não demorou para que o casal o consquitasse o menino e vice-versa. Com a adoção, Alyson, que é “carioca de coração e curitibano de adoção" e hoje tem 13 anos, mudou de vida, escola, cidade e escreveu um livro. Confira entrevista exclusiva com o jovem autor de: "Jamily, a Holandesa Negra: A História de Uma Adoção Homoafetiva":
 
Redação: Como surgiu a ideia do livro?
Alyson: Fui adotado em 2011 pelo Toni e David. Desde o primeiro mês eles me incentivavam a ler. Leio três livros por mês. Faço resenhas e dissertações que estão publicadas em meu blog resenhas.
Tive a ideia em 2012. Estava no meu quarto pensando e me deu vontade. Desci o meu papai Toni: "pai, ano que vem eu quero escrever um livro”, e ele até tirou um sarro pensando que eu não ia escrever nada. Em setembro do ano passado eu comecei e mostrei pra ele “pai olha aqui, já estou desenhando a capa do meu livro”, que foi o desenho da Jamily. Já em outubro, eu tinha começado a escrever algumas coisas da minha história e algumas coisas inventadas.
 
Redação: Por que criou Jamily ao invés de escrever sobre si?
Alyson: Porque Jamily era a minha melhor amiga no colégio, mas ela foi embora. Então eu resolvi homenageá-la como a principal personagem do meu livro. Também ficaria muito complicado eu me expor pessoalmente.
 
Redação: Já sofreu algum tipo de discriminação por ter dois pais?
Alyson: Já, mas quem não sofreu? Na minha turma do colegio tem 34 alunos. É a maior turma da escola todos sofrem algum tipo de discriminação. Por exemplo: pessoas negras são chamadas de carvão, cocô; japonesas, olhinho puxadinho; coreanos, ficam imitando olho puxadinho; altos, vara de marmelo; magros, palito de dente; e assim por diante.
Quando fui discriminado, contei para meus pais. Eles foram falar com a diretora e as pedagogas. Fizeram até uma carta. Agora não ligo mais. Eu dou beijinho no ombro para discriminação e o recalque passa longe.
 
Redação: Pretende ser escritor quando crescer ou tem alguma outra profissão em mente?
Alyson: Eu tenho em mente ser bombeiro, para salvar pessoas, mas eu ainda estou muito novo e, provavelmente, mudarei. Mas por enquanto vou ser bombeiro.
Já pensei em ser cantor, dançarino ou coreógrafo. Gosto muito de dançar.
 

Guia: Disponivel.com invade Lewel.A, em Campinas e outras festas incríveis pelo Brasil

Porta-bandeiras do exército abrirão Parada do Orgulho LGBT em Washington