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Gerando riquezas não reconhecidas

Minha rotina anda mudando esses dias e deve mudar ainda mais nas próximas semanas. Isso tem feito com que às 6h eu já esteja de pé e geralmente ouço a CBN enquanto enfrento esse transito matinal ao qual eu não estava acostumado.

E no ambiente econômico o assunto do dia é o Imposto de Renda, que é entre todos os impostos o que eu classifico como mais absurdo de todos, isso porque já temos impostos retidos na fonte, pagamentos taxas altíssimas sobre bens e serviços e ainda somos obrigados a pagar pelo que ganhamos, eu vejo como uma cobrança em duplicidade.

Mas a discussão durante o "Jornal da CBN" hoje foi sobre a possibilidade de incluir dependente na declaração quando se trata de casal homossexual com união estável, que já foi noticiado no ano passado como uma vitória nossa – e é claro.

Os convidados para o debate foram os deputados Jean Wyllys do PSOL/RJ e o Ronaldo Fonseca do PR/DF, que é integrante da Frente Parlamentar Evangélica. Não por acaso os dois debaterem o assunto, Jean é o "nosso" deputado, gay assumido que anda fazendo barulho muito positivo.

O argumento do evangélico foi que a Constituição não reconhece casais que não sejam compostos por homens e mulheres e que essa emenda tributária que beneficia os homossexuais é conseqüentemente inconstitucional. Ele bateu nessa tecla até o fim e ainda acusou os defensores dos direitos gays de classificarem tudo como homofobia.

O conteúdo do discurso do Jean foi excelente, mas muito técnico e burocrático, quase incompreensível para quem está no transito e não tem familiaridade com o tema, o que talvez tenha sido ruim para os ouvintes. O uso de termos muito específicos deve ser evitado quando se fala para a massa, principalmente pelo rádio.

Mas a minha reflexão sobre o assunto não é sobre quem fez o melhor discurso, mas sim a razão do discurso. Somos 10% da população, somamos 19 milhões de homossexuais gerando riqueza para o Brasil e o país não nos reconhece equiparadamente aos heterossexuais. Existe avanços sim, mas ainda estão longe do ideal. E depois dessa manhã fico pensando se realmente vale à pena continuar nesse país tunipiquim, comandado por homofóbicos que fazem "Caça aos Viados".

Quem quiser ouvir a discussão, clique aqui.

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