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Jornal denúncia a prática do famoso “banheirão” nas estações de metrô

O famoso banheirão tem se mostrado um verdadeiro problema para as autoridades mais diversas. Seja em shopping, faculdades, metrôs, não importa, teve um banheiro e homens reunidos, a certeza de pegação é uma constante.

Tal prática, no entanto, é considerada crime e passível de punição perante a lei. Nas estações do transporte público de Salvador, por exemplo, a coisa estaria saindo do controle, e acabou virando notícia de capa de um dos jornais mais importante da capital baiana.
Confira a íntegra da reportagem do "Metrópole" abaixo.
Fiscolagem, em bom baianês, significa olhar o pênis alheio. E muito mais que isso tem acontecido nos banheiros das estações do Metrô de Salvador. Também conhecida como banheirão, a prática tem provocado queixas dos usuários não interessados no ato – na sua maioria, “héteros praticantes”. Os “heteros não-praticantes”, muitas das vezes, até se interessam pela “pegação”.
Por pegação, entende-se tudo: desde um beijo, uma carícia no órgão genital, até a penetração anal. A atividade pode ser em dupla, mas nada impede que um grupo com até cinco pessoas pratique sexo em pleno banheiro público. Alguém, no entanto, tem que manter guarda para alertar da chegada de algum desconhecido.
As queixas atingem até mesmo a CCR Metrô, que é acusada pelos homens que fazem pegação de exercer vigilância exacerbada e, no flagrante, usar de muita violência para coibir. Ao Jornal da Metrópole, a concessionária afirmou que no começo deste ano lançou a campanha Tô de Olho, que, apesar de parecer mais uma campanha pró-fiscolagem, quer evitar a prática.
“A ação educativa estimula a participação do usuário para contribuir com a segurança e bom funcionamento do modal. As irregularidades flagradas devem ser comunicadas imediatamente para que as providências possam ser adotadas no ato, com a autuação em flagrante dos infratores”, diz a CCR
ESTAÇÕES DO METRÔ ATRAEM QUEM CURTE SEXO CASUAL: “OPORTUNIDADE”
Praticante do banheirão, Ramon Santos (nome fictício a pedido da fonte) disse escolher o metrô pela segurança. “A oportunidade ali era excelente. Começou um movimento maior com a abertura de mais estações. Hoje ainda rola, principalmente nos horários que não são de pico”, relata. A prática é somente para saciar o desejo sexual. “É só sexo casual. Você não vê se a pessoa faz seu tipo”. Ele conta ter parado com o ato por conta do aumento da fiscalização. “Não quero parar em uma delegacia”, afirma. Mas, antes de aposentadoria, até mesmo com um segurança do modal ele afirma ter se relacionado.
REGRAS DEFINIDAS EM REDE SOCIAL: “NÃO DIGA NADA”
No Twitter, dois perfis indicam os melhores lugares para a pegação em Salvador. Somadas, as duas páginas têm quase 50 mil seguidores. A Estação Detran do Metrô é apontada como a “mais tranquila” para o “troca-troca”. Já a Acesso Norte, pela movimentação, a mais difícil. O grupo tem ainda algumas regras: “Não diga nada! Não se comunique com palavras, só com gestos e olhares. Não force, se um cara não está a fim que você encoste no pênis dele, procura outro. Não fique puxando pessoas, cada um faz o que quer. Se perceber que está atrapalhando, saia!”, orientam as páginas.
BANHEIRÃO É PRÁTICA ANTIGA EM SALVADOR
Jornalista e antropólogo, Tedson Souza conseguiu seu título de mestre com uma tese que fala sobre as “interações homoeróticas nos sanitários públicos da Estação da Lapa”, em Salvador. Em 2012, quando o texto foi publicado, o metrô ainda era lenda. Além do fetiche, Souza aponta outros motivadores para a prática. “Isso acontece uma parte por fetiche, por não ter um lugar para beijar, são vítimas de repressão. É uma série de fatores que envolvem esses encontros em lugares públicos”.
CCR AUMENTA SEGURANÇA
Em nota, a CCR Metrô Bahia disse contar com mais de 500 agentes para garantir a segurança de todos os usuários, além de mais de duas mil câmeras que monitoram as estações. “O Decreto Estadual nº 15.197, de junho de 2014, que rege o Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas, também proíbe a prática de qualquer ato do qual resulte embaraço ao serviço ou que possa acarretar perigo ou acidente nos trens ou dependências metroviárias”, diz o grupo.
A prática de ato obsceno em local público é crime previsto no Código Penal.

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