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Jovem transgênero não é aceita pela família e comete suicídio

Caso repercute nas redes sociais e grupo cria petição on-line pedindo fim das terapias de conversão

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Leelah, chamada pela família pelo nome de batismo, Josh Alcorn, morreu na madrugada do último dia 28, atropelada por um trator no condado de Warren County, em Ohio, EUA. O caso é investigado pela polícia local como suicídio. Em carta publicada na internet, a adolescente de 17 anos aponta os anos de sofrimento causados pela não aceitação dos familiares como motivo para a sua morte.

 
“Essa é a essência, é por isso que sinto vontade de me matar. Desculpe se não é uma razão boa o suficiente para você, mas é para mim”, escreveu a jovem, pedindo que sua história sirva de exemplo para mudanças. “Minha morte precisa ter algum significado. Minha morte precisa ser contada no número de pessoas transgênero que cometeram suicídio este ano. Eu quero que alguém olhe para esse número e diga: isso está errado. Consertem a sociedade. Por favor”.
 
O caso ganhou atenção da imprensa americana e repercutiu na internet e nas redes sociais. Com a hashtag #LeelahAlcorn, internautas prestaram homenagens à jovem e criticaram a posição da família. No site Change.org, a associação Transgender Human Rights Institute iniciou petição on-line endereçada ao presidente dos EUA, Barack Obama, pedindo a criação da lei Leelah, que baniria a terapia de conversão transgênero. O abaixo-assinado já conta com quase 150 mil assinaturas.
 
Na carta de despedida, Leelah afirma se sentir como “uma menina presa no corpo de um menino” desde os quatro anos e, na infância, por não achar possível um menino se transformar em menina, não dizia nada a ninguém e continuava a “fazer coisas tradicionais de menino”.
 
“Quando eu estava com 14 anos, eu aprendi o que transgênero significava e chorei de alegria. Após 10 anos de confusão eu finalmente entendi quem eu era. Imediatamente contei para a minha mãe e ela reagiu de forma extremamente negativa, me dizendo que era uma fase, que eu nunca seria realmente uma menina, que Deus não comete erros e que eu estava errada”, escreveu Leelah.
 
Em entrevista à CNN, Carla Alcorn, mãe de Leelah, confirma que não apoiava a jovem, tanto que a chamava de Josh e a tratava como um menino.
 
— Nós não apoiamos, religiosamente — disse ela. — Mas nós dissemos a ele que nós o amávamos incondicionalmente. Eu amava o meu filho. As pessoas precisam saber que eu o amava. Ele era um bom garoto.
 
A mãe confirmou que a jovem estava deprimida e tomava medicamentos receitados por psicólogos e psiquiatras.
 
— Ele parou de falar sobre isso (ser transgênero) — disse Carla.
 
Após ameaças de protestos, a família decidiu não fazer o funeral de Leelah, nome, aliás, que a mãe disse desconhecer.
 
— Ele nunca disse esse nome antes — afirmou Carla.
 
Em sua carta, a jovem afirma que foi levada pela mãe a terapeutas, “mas só terapeutas cristãos, então eu nunca tive o tratamento que eu precisava para curar a minha depressão. Eu só tive mais cristãos dizendo que eu era egoísta e errada e que deveria buscar por Deus para ajuda”.
 
Fonte: O Globo

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