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Pela 2ª vez, transexual brasileira Aleika Barros é a vice mais bonita do mundo

Pela segunda vez, a miss brasileira Aleika Barros, de 35 anos, conseguiu no sábado (12) o vice no concurso que prometeu eleger a travesti ou mulher transexual mais bonita do mundo. Desta vez, no Miss Trans Star, na Espanha, que trouxe 25 candidatas e coroou a miss Chile Vanessa Lopez.

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Anteriormente, em 2007, Aleika foi a primeira brasileira a subir no pódio no Miss International Queen, na Tailândia, também ocupando a segunda colocação.

Em entrevista exclusiva ao A CAPA, ela afirma que presença no concurso, quase 10 anos depois do título na Tailândia, dá-se como uma de suas despedidas. "Normalmente, os concursos permitem a entrada até os 36 ou 37 anos. Já que cheguei aos 35, aproveito para este momento final", contou ela, que no traje típico representou a Deusa da Prosperidade e da Riqueza.

Levando a faixa da Grécia – pois a do Brasil já havia sido ocupada – a pernambucana contou com torcida das trans brasileiras, que acompanhavam o concurso pelas redes sociais. Muitas chegaram a ir até a Espanha para prestigiar o evento. "Me sinto vitoriosa por ter recebido carinho e apoio, por poder representar a nossa classe T. O meu objetivo foi dar visibilidade a nossa causa, divulgar os problemas que passamos. Fiquei emocionada com o reconhecimento das pessoas e acredito que devemos aprender a aceitar os resultados", declarou ela.

A TRANSFOBIA

Segundo Aleika, um dos objetivos de ter participado do concurso é o de dar visibilidade para os problemas que as travestis e mulheres transexuais enfrentam no país. "Todas as transexuais brasileiras já foram vítimas de preconceito ou discriminação em algum lugar, por algum momento. Muitas são discriminadas nas escolas, sofrem com comentários maldosos… Eu também já fui vítima", declarou.

Ao responder se o fato de ser bela a livra de sofrer preconceitos, Aleika diz: "A beleza pode te livrar de algumas situações desagradáveis, mas é até você apresentar a sua documentação. Neste momento, muitas pessoas já passam a te tratar como 'senhor' ou pelo nome de registro, desrespeitando o nome social. É por isso que precisamos de uma lei de identidade de gênero, para que haja maior facilidade de mudarmos os nossos documentos e não passarmos por todo esse vexame".

Preocupada com as novas gerações, ela afirma que a comunidade trans está à margem e deseja que os governantes ajudem no processo de luta e conquistas pelos direitos básicos desta população. "Temos direitos básicos e fundamentais excluídos. Às vezes, retiramos das pessoas transexuais até a própria vida por serem quem são, porque nos acostumamos a não aceitar e respeitar as diferenças. Temos vários exemplos disso, como a exclusão de professoras transexuais em escolas ou quando negamos a discutir gênero e sexualidade nestes espaços".

CARREIRA EM CONCURSOS

Além dos dois títulos de importância internacional, Aleika carrega um vasto currículo nos concursos. Alta, magra e morena, começou em 1998 no Miss Pernambuco Gay, seguindo para o Miss Norte e Nordeste em 1999. Já no tradicional concurso Miss Brasil Gay, chegou ficar entre as cinco finalistas e não pode prosseguir porque o concurso era voltado para transformistas e ela já se definia transexual.

Em 2002, a carreira em concursos de travestis e mulheres transexuais começou. Participou e levou o Miss Brasil Transexy, mesmo sem qualquer cirurgia nos seios e nenhuma plástica. Já em 2007, concorreu ao Miss International Queen, na Tailândia, e pela primeira vez colocou o Brasil no pódio, com o segundo lugar entre as mais lindas.

E quem pensa que o Miss Trans Star é a última despedida, engana-se: "Em breve estarei na Itália para o Miss Universo 2015, onde representarei a Espanha ou o Brasil. E, se tudo der certo, finalizo 2016 com a última apresentação nas Filipinas. Essas seriam as minhas últimas apresentações, mas independente do resultado sigo levantando a nossa bandeira". O Brasil está na torcida!

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