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“Senta aqui Bolsonaro!”, diz Laerte no debate sobre homofobia da Flip em Paraty

O jornal "Folha de S.Paulo" promoveu nesta quinta-feira (7) um debate sobre cross-dressing e homofobia na Flip, a Feira Literária de Paraty. O cartunista Laerte foi um dos convidados do evento. Laerte deu opiniões acertadas sobre orientação sexual, humor e preconceito.

"Tudo aconteceu de forma muito fofa comigo em relação ao fato de eu me vestir de mulher. Mas sei que existem crimes de ódio ocorrendo contra homossexuais no Brasil todo", disse o cartunista, que assumiu sua identidade como crossdresser e bissexual no ano passado.

Laerte admitiu que ele próprio chegou a praticar bullying quando era mais jovem. "Eu mesmo, quando jovem, pratiquei bullying contra gays. Costumava hostilizar um primo meu que dizia ‘Ave!’ no lugar de ‘porra’!", revelou.

Para o cartunista, a única maneira de combater a homofobia é estabelecer que os crimes contra homossexuais sejam classificados da mesma maneira que o crime de racismo. Para ele, é importante também que os gays peitem seus adversários. "Você tem que sair das trincheiras e lamber o pescoço. Tipo: Senta aqui, Bolsonaro!", brincou.

Laerte acredita que os gays não podem ter medo de sair dos guetos e se infiltrar na sociedade. "O medo das pessoas de perder o emprego, de perder o amor da família e o respeito dos amigos as torna muito conservadoras e tímidas em relação a sua sexualidade. Eu não vou apenas a lugares GLS. Eu vou a qualquer lugar, a qualquer bar e a qualquer restaurante e sou sempre bem recebido".

O cartunista contou no debate qual foi a reação da sua família quando ele começou a se vestir de mulher e assumiu sua bissexualidade. "Meus filhos já haviam se chocado quando disse que era bissexual, e reagiram bem quando disse que estava me vestindo de mulher. Meus pais se acostumaram porque são pessoas do caralho", revelou.

Laerte também deu sua opinião sobre um tema que está em alta ultimamente, o limite do politicamente correto. Para ele, o humor trabalha com preconceito, mas existe um limite. "Quando o Rafinha Bastos tuíta que mulher feia tem de agradecer se for estuprada, não tem como ele não ser criticado. Ele falou merda sob qualquer ponto de vista", criticou.

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